terça-feira, 17 de setembro de 2013

Dilma diz a jornal que pretende fazer reforma ministerial no final deste ano.

A presidente Dilma Rousseff durante assinatura do contrato para construção plataformas de petróleo em Porto Alegre (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)A presidente Dilma Rousseff durante assinatura do
contrato para construção plataformas de petróleo
em Porto Alegre.

A presidente Dilma Rousseff afirmou que pretender realizar uma reforma ministerial, com troca dos titulares em pastas do governo, somente no final deste ano, e não neste momento. A afirmação foi feita em entrevista publicada nesta terça (17) no jornal "Zero Hora", realizada nesta segunda (16), após visita a Porto Alegre (RS).

"Não pretendo fazer, agora, uma reforma ministerial. A minha reforma está marcada para o final do ano e terá a ver com o processo de saída dos ministros para concorrer", disse a presidente, em referência às eleições do ano que vem.

Segundo o jornal, Dilma disse que a reforma "não precisa" ocorrer no último dia possível, ou seja, no início de maio de 2014, data-limite para pré-candidatos deixarem cargos no Executivo para fazer a campanha. Ela lembrou que, após a saída de ministros que irão se candidatar, no final deste ano, ainda restará um ano de governo. "Tenho de dar conta desse ano", afirmou.

"Tem o interesse do ministro, mas tem o interesse do governo. Não quero solução de continuidade. Quero manter um padrão. Temos vários projetos em andamento, e eles serão mantidos rigorosamente", declarou, segundo o jornal.
Sobre reeleição em 2014, Dilma disse que deve se preocupar em governar e não com as eleições. "Eu sou a presidenta. Os outros querem o meu lugar. Eu não tenho de me preocupar com eleição, tenho de me preocupar em governar. E é isso que vou fazer até o último dia. O que tenho de fazer é isso, governar. É colocar os problemas do Brasil na frente de qualquer coisa", afirmou ao jornal gaúcho.Ministério do Trabalho A presidente comentou sobre a crise que atinge o Ministério do Trabalho, um dos alvos da Operação Esopo, da Polícia Federal, que revelou um suposto um esquema de desvio de recursos públicos e prendeu mais de vinte pessoas.

Após a operação, dois secretários da alta cúpula do ministro Manoel Dias foram demitidos: o secretário-executivo, Paulo Roberto Pinto, e o secretário de Políticas Públicas de Emprego do Ministério do Trabalho, Sérgio Vidigal. Dois servidores da pasta também tiveram seus nomes envolvidos.

Dilma disse que não julga o ministro Manoel Dias e lembrou que “ele acabou de entrar no governo”. “As responsabilidades do Manoel Dias são muito circunscritas. Vou avaliar todos os dados. Nós não temos, hoje, nenhuma razão para modificar nossa visão e avaliação do ministro. Nenhuma”, afirmou.

O Palácio do Planalto tem acompanhado de perto o mutirão anunciado pelo ministro para analisar todos os convênios do Trabalho e identificar eventuais irregularidades. Dias tem feito reuniões diárias com integrantes da Casa Civil para tratar do assunto.

A presidente declarou, no entanto, que “havendo algum caso concreto e fundado, qualquer pessoa está sujeita às exigências legais e éticas do país".
Irei à ONU falar a respeito disso, principalmente da neutralidade da rede, da internet, da importância da rede não ser usada para espionagem"
Dilma Rousseff,
em entrevista ao 'Zero Hora'
Espionagem
Questionada sobre as recentes denúncias de espionagem dos Estados Unidos no Brasil, que teriam como alvos a própria presidente e a Petrobras, Dilma disse que falará sobre o assunto no discurso inaugural da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, tradicionalmente reservado ao chefe de Estado brasileiro.
A espionagem americana foi revelada pelo Fantástico em documentos internos da Agência de Segurança Nacional dos EUA vazados pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden. A 68ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas ocorre entre os dias 24 de setembro a 2 de outubro de 2013.

“Irei à ONU falar a respeito disso, principalmente da neutralidade da rede, da internet, da importância da rede não ser usada para espionagem. Inclusive, quando estive com o Obama, avisei ao governo americano que, em qualquer hipótese, eu levaria isso para os fóruns multilaterais. Agora, o Brasil vai ter de se preocupar muito com criptografia, com desenvolvimento de tecnologias para poder se proteger”, afirmou a presidente ao jornal.

Nesta terça, a presidente deverá anunciar, em entrevista, se fará ou não a visita de Estado programada para 23 de outubro a Washington. Nesta segunda, a presidente conversou por telefone sobre o assunto com o presidente dos EUA, Barack Obama.

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