Grávida de 8 meses, jovem de Resende treina MMA e supera limites.

Lua Luana pratica MMA há quatro anos.

Em vez de sapatinhos de neném, luvas de boxe nas mãos da grávida de 8 meses, moradora de Resende, no Sul do Rio. Prestes a dar a luz e com uma barriga enorme, Lua Luana Freitas Soares divide a ansiedade pela chegada da segunda filha e a dúvida do nome com a adrenalina dos tatames. A jovem de 26 anos é bem diferente de muitas mamães que costumamos ver por aí.

Praticante do MMA, mesmo esperando um bebê, ela não deixou de frequentar a academia nenhum dia da gestação. E essa não é a primeira vez! A mãe da Ananda, de 1 ano e 4 meses, também praticou o esporte na gravidez da filha mais velha. São mais de sete horas de exercícios físicos por semana.

- Vou a academia todos os dias da semana. Em dois dias pratico o MMA, faço o boxe e o muai tai, só não pratico o jiu-jitsu por causa do contato com outras pessoas que pode ser perigoso. Nos outros três dias faço musculação - contou Lua. 

Os benefícios são visíveis. Na primeira gestação, Lua engordou 13 quilos e teve parto normal. Segundo a lutadora, menos de um mês depois estava de volta a arena. Nessa gravidez, até agora, ela ganhou 10 quilos. Os exames também provam que a saúde está em dia. Todas as taxas estão niveladas. E perguntada sobre o cansaço, ou qualquer efeito colateral que possa sentir por causa da luta, a resposta é rápida:

- É mais fácil eu sentir dores nas costas deitada na cama, vendo televisão. Não sinto nada quando estou treinando - brinca, aos risos, Lua Luana.

Turma feminina de MMA.

O professor e também marido de Lua, Márcio Shark, tem turmas só de mulheres. A procura pelo esporte tem muitas justificativas, a principal delas, a busca pelo emagrecimento e o corpo ideal. 

- O MMA não é só a parte física, trabalhamos também o espírito a mente, todo esse equilíbrio. Os benefícios são muitos. Para a grávida que já pratica exercícios, só é necessário diminuir a intensidade e evitar os treinos com contatos. Para a gestante que não pratica nada, o cuidado é maior. Se já é difícil para quem não está grávida começar, imagina para quem está? Não existe um critério. Cada pessoa responde de uma maneira, não tem fórmula - explica Márcio.

O encontro com o MMA

Família de Lua Luana.

A baiana nascida na praia de Itapoã sempre teve o esporte presente na sua vida. No mar de Salvador, ainda criança, ela pegava ondas e praticava o bodyboard junto com o pai.

- Tenho mais dois irmãos, mas só eu mesmo que gosto de praticar esportes. Quando era mais nova surfava com meu pai, mas não foi pra frente - disse Lua.

Até então, a baianinha 'arretada' ainda não havia conhecido as artes marciais. Quis o destino que ela encontrasse Márcio Shark em uma academia na capital da Bahia. Em 2010, eles começaram a namorar e ela a praticar as lutas. A ideia era se tornar profissional no esporte, mas, depois de um ano de relacionamento ela engravidou.

- Quando soube que estava grávida da Ananda não pude continuar com meu projeto, mas não parei de treinar. Aí surgiu a oportunidade do Márcio voltar para Resende, onde ele nasceu, e viemos - afirmou.

Com os planos alterados por causa da chegada da segunda menina do casal, os projetos de Lua Luana de se tornar lutadora profissional mudaram de rumo.

- Tenho vontade de me especializar e dar aula. Quem sabe disputar lutas amadoras, né? Mas ser profissional não tem mais como, é preciso muita dedicação - finalizou.

Turma feminina de MMA, que Luana faz parte.