quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Polícia ouve jovem que diz ter sido baleado em protesto no Rio.

Rodrigo Azoubel afirma ter sido baleado após protesto de professores no Rio (Foto: Facebook/Reprodução)Rodrigo Azoubel afirma ter sido baleado após protesto de professores no Rio.
O delegado titular da 15ª DP (Gávea), Orlando Zaccone, chegou, por volta das 11h, à Clínica São Vicente, na Gávea, na Zona Sul do Rio, para ouvir o depoimento do jovem Rodrigo Azoubel, de 18 anos, que disse ter sido baleado durante confronto entre policiais e mascarados no Centro do Rio, na noite de terça-feira (15), após o término do protesto dos professores.
De acordo com o delegado, o jovem não soube informar de onde veio o tiro, nem escutou barulho. Zaccone não quis dar mais detalhes sobre o depoimento e disse que o caso será investigado pela 5ª DP (Mem de Sá).
Segundo a assessoria de imprensa do hospital, o jovem – atingido nos antebraços – passou por uma ciriurgia e está bem.
A assessoria da unidade informou ainda que integrantes da Corregadoria Polícia Militar estiveram por duas vezes na clínica para colher informações sobre o caso.
Para o presidente da Comissão Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcelo Chalrrel, o projétil que atingiu o rapaz atravessou os dois braços e há indícios de pólvora no local dos ferimentos, o que mostra que a distância do disparo pode ter sido pequena. A comissão recebeu várias denúncias de que cápsulas de diferentes calibres foram encontras na Cinelândia.

Segundo Chalrrel , não teria sido feito nenhum registro de manifestante com armas de fogo e há indícios de que os tiros foram efetuados pelas forças de segurança. “Quem participa de manifestação não pode ser tratado a bala. Isso é lamentável”, afirmou Chalrrel.
Boletim médico
Por volta das 11h50, a Clínica São Vicente divulgou boletim médico em que afirma que o jovem deu entrada na unidade, na noite de terça-feira, com fratura aberta nos dois antebraços, tendo sido submetido a uma cirurgia e transferido para um quarto com quadro estável.
Ainda de acordo com o hospital, Rodrigo permanecerá internado por mais uma semana onde deverá ser submetido a outro procedimento cirúrgico com o objtivo de fixação da fratura. O boletim é assinado pela equipe do médico ortopedista Carlos Eduardo Essinger.
Um vídeo exibido no Bom Dia Rio mostrou imagens de um homem efetuando disparos de arma de fogo durante o protesto. Aos seis minutos e trinta segundos do vídeo acima, eles aparecem atrás de uma banca de jornal atirando.Após passeata, houve confronto
A passeata pacífica reuniu 100 mil professores no Centro, segundo o Sindicato dos Profissionais de Educação (Sepe-RJ). Já a PM afirma que sete mil pessoas participaram da manifestação. No entanto, um grupo de ativistas mascarados entrou em confronto com policiais militares que estavam na região da Cinelândia e nas ruas do entorno da Câmara Municipal, depois que a passeata já havia acabado. Mais de 200 manifestantes foram encaminhados para delegacias da região e o acampamento defindo como "Ocupa Câmara" foi desfeito pela PM.
De acordo com o Sindicato dos Profissionais da Educação do Rio (Sepe), que marcou a passeata para o Dia dos Professores, quando o confronto começou os docentes já haviam se dispersado. O tumulto se iniciou cerca de 45 minutos depois do ato. Por volta das 20h15, a região foi tomada pela fumaça das bombas lançadas por PMs e por morteiros disparados pelos vândalos.

Num dos momentos de maior tensão, um grupo de oito policiais militares do Batalhão do Choque ficou cercado por ativistas, protegidos por escudos e lançando bombas de gás. Um ativista foi atingido por uma bomba de gás e caiu. Os mascarados jogaram pedras na direção dos policiais. Um carro da Polícia Militar foi incendiado no bairro da Glória, vizinho ao Centro.
Detidos
Pelo menos 200 pessoas, incluindo menores, foram detidas durante o confronto. Elas foram levadas para quatro delegacias da área do Centro. Dois ônibus também deixaram a Câmara Municipal com ativistas que estavam no "Ocupa Câmara", acampamento feito há mais de dois meses no local, que foi desfeito em uma ação do Batalhão do Choque.
O trânsito também foi interditado em alguns pontos e estações do metrô que ficam na região central do Rio foram fechadas por medida de precaução.
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Durante o tumulto, um grupo retirou as placas de aço que estavam protegendo os bancos contra os ataques. Em muitos pontos da Avenida Rio Branco, foram montadas fogueiras.  Por causa da confusão, muitos bares da Lapa, área boêmia do Rio, fecharam as portas. O Corpo de Bombeiros informou que equipes apagaram focos de incêndio em uma agência bancária. Muitas fachadas de prédios comerciais foram depredadas.

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